O Governo Federal comprará 100 milhões de doses da CoronaVac, anunciou nesta quinta-feira (7) o ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O imunizante desenvolvido pela fabricante chinesa Sinovac, em pareceria com o Instituto Butantan, tem eficácia de 78% e está mais próximo de ser a primeira vacina contra a Covid-19 liberada no Brasil.
Pazuello convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira. O ministro atualizou sobre a situação do plano de vacinação contra a Covid-19 previsto para o país, e detalhou a medida provisória que flexibiliza regras para compra de vacinas e insumos contra a Covid-19, publicada nesta quarta-feira (7).
Também deu três previsões para o início da vacinação no país, que ainda não conta com imunizantes aprovados. A previsão mais favorável do Governo Federal estima que os brasileiros começarão a ser imunizados até o dia 20 de janeiro, após aprovação dos imunizantes da Fiocruz (Oxford/AstraZeneca) e do Butantan (CoronaVac).
O segundo prazo prevê início da vacinação entre os dias 20 de janeiro e 10 fevereiro. Caso exista algum percalço, a vacinação deve iniciar até o início de março.
Totalizando doses das duas vacinas, Pazuello assegura que o Brasil terá 354 milhões de doses em 2021. Cerca de 15 milhões de doses mensais deverão ser produzidas pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan, totalizando a produção de 30 milhões de doses por mês no país.
354 milhões de vacinas
O Governo Federal negocia a compra de vacinas distintas. Com a Oxford/AstraZeneca, o Governo Federal assinou contrato de R$ 1.9 bilhões que prevê a produção de 254 milhões de doses pela Fiocruz.
No caso, o país compra a tecnologia e a infraestrutura para a produção local. Cada dose custa cerca de $3,75. A previsão é que até julho, 20 milhões de doses sejam produzidas no Brasil.
A CoronaVac tem um valor unitário de pouco mais de $10. Como a vacina necessita da aplicação de duas doses por pessoa, o valor por pessoa é cerca de $21. O Butantan já conta com seis milhões de doses importadas da CoronaVac, e outras cinco milhões já produzidas em solo brasileiro.
Dos 100 milhões negociados, as primeiras 46 milhões de doses devem ser entregues até abril. O restante será entregue no decorrer do ano. “Toda a produção do Butantan pertence, a partir deste momento, ao Plano Nacional de Imunização. Elas serão distribuídas de forma equitativa e proporcional por Estado”
Outras vacinas
O governo federal mantêm outros imunizantes no radar. Pazuello anunciou que o Ministério da Saúde vem negociando com um laboratório brasileiro a compra da vacina russa Sputnik. As quantidades e os valores ainda são negociados.
Outras três vacinas, Moderna, Janssen (J&J) e Pfizer também são alvos negociação. A primeira é muito cara, detalha Pazuello, avaliada em $37 por dose (duas doses são necessárias), e com perspectiva de entrega apenas em outubro de 2021.
Sem dar muitos detalhes, Pazuello afirmou que o imunizante Janssen, produzida pela Johnson & Johnson, seria “o melhor negócio”, levando em conta o valor e a eficácia. Entretanto a fabricante oferece apenas três milhões de doses, a serem entregue à partir de maio.
Já a vacina da Pfizer esbarra em problemas contratuais. Entre outras coisas, a fabricante exige isenção jurídica, caso sejam registrados efeitos colaterais. Outro aspecto é o armazenamento, uma vez que a vacina deve ser mantida a cerca de -70º.
Prioridade ao setor público
Por fim, o ministro ressaltou que a “produção de vacinas do país é prioritária do Ministério da Saúde, gratuita aos brasileiros. O excedente [de vacinas] vai para ao setor privado”.
Fonte: ND+
Adicionar Comentário