Santa Catarina

Com eventos para 500 pessoas liberados, SC discute novas flexibilizações; confira

Um dia após alterar as regras para a realização de eventos com mais de 500 participantes, o governo de Santa Catarina discute novas flexibilizações. Na tarde desta quarta-feira (16), está previsto um encontro entre representantes de entidades dos setores de eventos, bares e restaurantes e a SES (Secretaria de Estado da Saúde).

Na pauta, está o mais recente decreto publicado pelo governo do Estado nesta terça-feira (15), modificações nas regras relacionadas aos setores e a realização dos eventos-testes. O novo decreto prorrogou as medidas de combate à pandemia da Covid-19, que já estavam em vigor no Estado, por mais 15 dias.

A expectativa é de que o encontro traga novidades que vão além da liberação de grandes eventos e das corridas de rua, que conta com portaria específica. A manutenção das medidas restritivas que já estavam em vigor desagradou, sobretudo, o setor de bares e restaurantes.

Entidade lamenta prorrogação

O presidente da Abrasel-SC (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Raphael Dabdab, disse ao ND+ que a entidade vem apresentando ao Estado, ao longo de seis semanas, propostas de aperfeiçoamento das normas vigentes que tornariam os ambientes mais seguros aos clientes.

Um dos exemplos citados pelo presidente está relacionado ao uso das áreas externas dos estabelecimentos. “Se o ambiente externo é comprovadamente mais seguro que o interno é incoerente que as restrições de mesas e cadeiras nas áreas externas sejam rigorosamente as mesmas das áreas internas”, avalia Dabdab.

A entidade também destaca a fórmula matemática que deve ser utilizada para determinar a capacidade de ocupação dos estabelecimentos. “É complexo de entender, de fiscalizar e tem dado muito problema. Dá margem a interpretações e aplicações diferentes”, aponta.

Dabdab acrescenta que a Saúde parte de uma “premissa equivocada” quando alega que as alterações nas medidas não têm sido feitas porque ambientes fechados são mais perigosos à população no que se refere à infecção pela coronavírus.

“Quanto mais limitante for o acesso do consumidor a estabelecimentos de gastronomia e entretenimento, maior o encontro de amigos e familiares, e festas clandestinas. Entendemos que é mais inteligente estimular que esses encontros aconteçam em ambientes externos ou internos regrados e fiscalizáveis”, conclui.

Entre as medidas propostas pela Abrasel-SC ao Estado está a eliminação do distanciamento entre mesas com o uso de barreiras físicas, a publicação do mapa de risco estadual às segundas-feiras e não mais aos sábados e a revisão dos critérios que definem o número de músicos que se apresentam nos estabelecimentos.

Especialistas apontam contrassenso

Jefferson Traebert, epidemiologista e professor da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), diz que a manutenção das normas de enfrentamento à Covid-19 é uma contradição e traz riscos aos catarinenses diante do atual cenário da pandemia em Santa Catarina.

O mais recente mapa de risco divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde no último sábado (12) mostra a piora da pandemia e uma possível nova onda de infecções. Todas as regiões do Estado voltaram para o nível gravíssimo (cor vermelha).

O especialista afirma que não deve ocorrer um relaxamento das medidas de distanciamento social, uma vez que os indicadores apontam o agravamento da pandemia. Para ele, soa como um contrassenso.

O epidemiologista defende que, afrouxar medidas, requer índices de vacinação mais elevados com a aplicação das duas doses da vacina contra a Covid-19, ou seja, uma imunização completa.

“Do ponto de vista epidemiológico, foge completamente da situação que estamos vivenciando. Liberar medidas que levem à concentração de pessoas não é adequado neste momento. Não temos segurança para isso. Quando estaremos prontos, ainda é uma incógnita”, diz.

Baixa taxa de imunização

Para o epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Fabricio Augusto Menegon, um dos principais fatores que explica a piora no cenário pandêmico em Santa Catarina é, justamente, a baixa taxa da população que já foi imunizada com as duas doses da vacina contra a Covid-19.

Vale lembrar que o governo do Estado afirmou que vai vacinar toda a população catarinense com 18 anos ou mais até o dia 23 de outubro de 2021.Estado afirmou que vai vacinar toda a população catarinense com 18 anos ou mais até o dia 23 de outubro de 2021- Foto: Leo Munhoz/NDEstado afirmou que vai vacinar toda a população catarinense com 18 anos ou mais até o dia 23 de outubro de 2021- Foto: Leo Munhoz/ND

O professor defende que, no momento, o ideal seria reforçar medidas mais restritivas para que o índice de contaminação voltasse a sofrer queda.

“As melhores evidências científicas apontam que quando você tem um aumento de casos, você reage com o aumento da rigorosidade do deslocamento das pessoas. Você pratica ações para evitar aglomerações, fecha locais não essenciais. Qualquer medida restritiva tem impacto positivo sobre o aumento do número de casos”, explica o professor.

Para o especialista, Santa Catarina não reagiu como deveria diante de momentos de piora do cenário pandêmico. “Nesse momento de piora, não foram restringidos, de fato, locais onde as pessoas mais circulam como shoppings centers, comércio e o próprio transporte coletivo”, afirma.

Estado diz que monitora evolução dos casos

Sobre a avaliação de novas medidas restritivas, a SES informou ao ND+ na segunda-feira (14), que, com o Coes (Centro de Operações de Emergência em Saúde), monitora a evolução dos casos da doença e taxa de ocupação de leitos de UTI no Estado como forma de auxiliar e indicar as recomendações para as regiões.

“O objetivo é manter as medidas de distanciamento para a prevenção ao coronavírus, aliado a um equilíbrio entre a segurança sanitária e a economia do Estado de Santa Catarina, permitindo que o atendimento das necessidades com a saúde ocorra em sintonia com a retomada da economia catarinense”, afirmou a pasta.

A SES ainda cita que os municípios têm a possibilidade de tomar decisões mais restritivas, de forma regionalizada.

Fonte: ND+

Equipe de Notícias

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