Itajaí completa 162 de emancipação no dia 15 de junho. Mas a história do município é mais antiga e começa com a criação da Colônia Nova Ericeira em 1818. Os fundadores de Itajaí Vasconcellos Drummond e Agostinho Alves Ramos são personagens do livro “1818”, de autoria do jornalista Rogério Pinheiro, que será lançado na próxima quinta-feira (9), às 19h, no Museu Histórico de Itajaí. O evento é aberto ao público.
O livro, de 180 páginas, conta os bastidores da criação da Colônia Nova Ericeira em 1818 e a guerra que se travou entre brasileiros e portugueses pelo seu controle. Na obra, o autor aborda também os motivos que levaram ao fim da Nova Ericeira, que é considerada o 1º empreendimento pesqueiro do Brasil.
A Colônia Nova Ericeira foi criada por ordem de Dom João VI, no dia 25 de março de 1818, na Enseada das Garoupas, hoje a cidade de Porto Belo. Ao todo cerca de 400 pessoas vieram da freguesia da Ericeira (Portugal), distante 40 quilômetros de Lisboa. Além de Itajaí, fizeram parte da colônia as cidades de Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Barra Velha, Bombinhas, Camboriú, Governador Celso Ramos, Itapema, Navegantes, Penha, Porto Belo e Tijucas.
Curiosidades
O livro traz muitas curiosidades, por exemplo, a participação de José Bonifácio de Andrada e Silva no processo de criação da Nova Ericeira. O patriarca da Independência do Brasil conhecia o litoral catarinense, a Ericeira e chegou a escrever um estudo pesqueiro. O próprio José Bonifácio se candidatou para governar Santa Catarina no começo do século XIX, mas teve seu pedido negado por Dom João VI.
Outra curiosidade está relacionada com “Os Lusíadas”. Em 1845, um senador catarinense presenteou o imperador Dom Pedro II com o livro, que pertenceu ao próprio Luís de Camões. A obra rara está envolta em uma grande polêmica e quase gerou uma crise diplomática entre Brasil e Portugal na década de 1970.
Pesquisa
Para produzir o livro-reportagem foram analisados mais de 10 mil documentos, entre registros paroquiais, periódicos, artigos e livros. Em Portugal, foram realizadas pesquisas in loco no Arquivo da Torre do Tombo em Lisboa, no Arquivo Público Dom Pedro V em Mafra e da Santa Casa de Misericórdia da Ericeira. No Brasil, as pesquisas foram centradas nos arquivos públicos do Estado de Santa Catarina, Municipal de Florianópolis e Municipal de Itajaí, além do acervo digital da Biblioteca Nacional e da Hemeroteca Catarinense.
O autor
Jornalista formado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Rogério Pinheiro é paulista da cidade de Guarujá (SP), mas reside há mais de 20 anos em Santa Catarina. Já trabalhou em jornais e rádios do litoral norte catarinense. É autor do livro “A Nova Ericeira” e dos documentários “Ericeira: um mar de história” e “Navegantes”. Trabalha atualmente como produtor cultural, pesquisador e editor independente.
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